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SEGUNDA GERAÇÃO DO UAS30 JÁ TEM ASAS PARA VOAR

A montagem da segunda geração do UAS30, o veículo aéreo não tripulado do CEiiA, já terminou.

Flexível e adaptável, o UAS30 P2 tem características que lhe permitem cumprir um vasto leque de missões militares e civis.


O olhar de orgulho da equipa que esteve envolvida na conceção, desenvolvimento e montagem da segunda geração do UAS30 salta à vista de qualquer um. A segunda geração do veículo aéreo autónomo do CEiiA está pronto, marcando o fim de um ciclo de trabalho que esteve na origem da criação da equipa de engenharia de produto aeronáutico.


"O UAS30 partiu da vontade de desenhar e desenvolver um UAV usando conhecimentos de aerodinâmica, projeto e cálculo, em torno de uma oportunidade identificada com a EDP Labelec de encontrar uma solução inovadora para a vistoria de postos de alta tensão e o trabalho da equipa direcionou-se no sentido de preencher esses requisitos”, recorda Luís Rebelo, Diretor de Business Development do CEiiA.


Com base na experiência no desenvolvimento de projetos aeronáuticos como o EMBRAER KC-390 e os projetos da Leonardo AW101, AW609, AW189, o CEiiA desenvolveu assim o primeiro protótipo do UAS30 em parceria com a Força Aérea Portuguesa, segundo as normas mais exigentes da indústria, e seguindo os processos certificados de desenvolvimento e produção existentes no CEiiA. “Temos vindo, em colaboração com a Força Aérea, que é o operador da plataforma UAS30, a realizar as mais variadas missões, utilizando diversos payloads. Trata-se processo de rigor que pressupõe a elaboração e submissão de documentação que demonstre a capacidade do veículo executar as missões em segurança,” refere Filipe Maia, engenheiro de aeronavegabilidade.





A segunda geração do protótipo


O amarelo deu lugar ao verde e ao branco, mas uma das principais evoluções do primeiro para o segundo protótipo está na redução do peso do UAV. “Este veículo é a evolução do primeiro protótipo e cumpre exatamente o objetivo que tínhamos de alcançar os 25kg de peso máximo à descolagem, incluindo 5 kg de sensores, e uma autonomia que poderá chegar a 10h”, afirma Renato Machado, responsável pela equipa de engenharia de produto aeronáutico.


Veículo de elevado desempenho, o UAS30 destaca-se pela sua flexibilidade e adaptabilidade a diversas missões militares e civis. “Estamos a falar de um veículo cujas potencialidades de utilização são vastas, desde a monitorização de produções agrícolas, à topografia e vigilância do território, passando pelo mar e a vigilância de linhas elétricas, entre tantas outras”. E porquê? Na sua classe, o UAS30 é o único UAV a conseguir voar a uma velocidade mínima de 50km/hora, requisito obrigatório para determinadas missões que envolvem captura de imagem. Veículo de montagem e operação simples, o UAV permite ainda a configuração de equipamentos em função das necessidades da sua utilização, para além de modificações estruturais e da inclusão de tanques de combustível nas asas que lhe aumentam a autonomia.


“Criámos um produto que concilia uma plataforma polivalente e facilmente customizável para vários tipos de missões e equipamentos e que permite tirar partido ao máximo da sua utilização”, afirma Filipe Passarinho, responsável pela gestão deste projeto. “A otimização da estrutura e recurso a materiais inovadores permitiu não apenas a redução do peso, mas também a uma maior facilidade e redução das necessidades de manutenção e o aumento da longevidade da plataforma”, relembra. Resultado atingido sem comprometer a segurança das pessoas no solo, o que é hoje um dos maiores desafios desta nova indústria de aeronaves não tripuladas.





Um trabalho de conciliação e valorização de competências


O desenvolvimento do UAS30 espelha bem a forma como no CEiiA se procuram soluções inteligentes e inovadoras para a mobilidade do futuro. O veículo é o resultado de um trabalho que contou com a interação próxima e colaborativa de diversas equipas, fortalecendo sinergias e assegurando um resultado final otimizado a todos os níveis. “Este projeto permitiu conciliar e valorizar todas as competências do CEiiA num único produto: a possibilidade de conceber, desenvolver, fabricar e testar”, afirma Filipe Passarinho.


Da ideia ao produto, coube à equipa de designers a criação da imagem do veículo, aos engenheiros de projeto e de stress o desenvolvimento e validação das estruturas, à engenharia de produção e testes a maquinação e laminação de peças para dar forma ao UAV concebido e desenvolvido pela unidade de engenharia de produto. Juntam-se ainda os contributos das diversas teses de mestrado sobre tecnologias de UAVs, realizadas no âmbito deste projeto, e que permitiram valorizar o desenvolvimento do próprio UAS30.


Para José Silva, responsável pela equipa de design de produto, “o trabalho ao nível da conceção gráfica do UAS30 não deixou de ser um desafio e até uma aprendizagem, pois foi necessário lidar com alguns constrangimentos, limitações e até códigos associados à própria indústria aeronáutica.” Já Daniel Vaz não hesita em apontar o detalhe como uma palavra essencial associada a todo o processo. “Estamos a falar de materiais extremamente leves e sensíveis, cuja manipulação exige bastante cuidado e minúcia. É um trabalho de cálculo, é um trabalho meticuloso.” Até porque “um desvio pode significar um completo desastre”, afirma o elemento da equipa de engenharia de produto a quem coube um papel determinante na montagem do veículo.




A conclusão do desenvolvimento, fabrico e integração da versão de produção da segunda geração do UAS30 é o resultado de vários meses de colaboração intensa e do trabalho de equipas multidisciplinares. E para Luís Rebelo não restam dúvidas: “a capacidade de fazer um produto advém da experiência efetiva de o fazer e o UAS30 é a prova disso". Segue-se agora o processo final de certificação e qualificação e, durante os próximos meses, serão realizadas missões com diversos parceiros em ambientes muito diferenciados com vista a demonstrar a capacidade da aeronave. "Com o final do processo de certificação, o UAS30 está pronto para ser apresentado sem reservas no mercado cada vez mais exigente e concorrencial dos UAVs deste segmento. As características específicas da aeronave dão-lhe contudo boas perspectivas para se afirmar como uma plataforma fiável e polivalente, com capacidade de operar em vários cenários e missões", conclui o Diretor de Business Development do CEiiA.



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